quarta-feira, abril 30, 2008

Vidas!

São as asas que o fazem levantar voo;
As penas que o protegem do frio;
As bicadas que lhe afiam o bico;
As migalhas que lhe saciam a fome;
Os telhados que lhe dão abrigo;
Que vida tão simples...tão simples...
Mas tão LIVRE e tão FELIZ!



Poema dedicado ao 1º Maio

São velhos...criânças...homens...mulheres...

Vidas amargas de dor
Infelizes e lutadores em vão
Almas perdidas sem cor
Úteis por certo, enquando o são...

Saco de encher dos emproados
Algibeiras vazias...sem fundo
Olhos cansados e abandonados
Na terra nascido e fecundo

Lábios que falam e não mentem
Mãos que trabalham e se perdem
Corações que sentem e não lamentem
Vidas difíceis...se acordem.

Porque padecem afinal os mais fracos?
Quem são os que tanto sofrem?
São as gentes da minha terra!

São fazedores da lei...da lei que lhes convêm;
São ministros do pacote...do pacote e do capote;
São ricos e poderosos...poderosos e ociosos;
São escória emproada...emproada e falhada;
São vilões da sociedade...da sociedade perdida;
São balelas que dizem...mas que o povo não ri;
São risotas de escárnio...de escárnio e mal-fazer;
São padrinhos uns dos outros...de outros e mais alguns;
São finórios requintados...requintados e letrados;
São senhores de classe...classe de quê?

Mas porque nos iludem?
E quem são estes que tudo podem?
São os hipócritas da minha terra!


Autoria: Paula Chorão

5 comentários:

Orlando Gonçalves disse...

A minha amiga demostra uma consciência de Classe muito grande. Era muito bom que todos os oprimidos deste mundo tomassem essa consciência. Quando todos souberem a força que têm juntos aí sim, eles vão tremer. E será nessa altura que os burgueses e os patrões, capitalistas e afins perceberão então que um POVO UNIDO têm a força para fazer renascer coisas boas. Este texto que escreveste Paula, maravilhoso, fez-me lembrar o poeta Ary dos Santos. Também ele escreveu e deu voz aos mais belos poemas que alguma vez algum escritor soube escrever. Amiga não há melhor forma de evocar este dia 1º de Maio do que alertar consciências. Estamos a voltar ao tempo quase da escravatura, do trabalho á jorna do trabalho sem direitos. Voltamos ao Sec XIX onde homens tinham o poder sobre homens, nessa altura eram brancos que exploravam pretos, hoje com a globalização, não há raça, não há cor, todos somos explorados.
Oh gente da minha terra tomai consciência, tomai Partido.

Orlando Gonçalves disse...

Hoje na manif, e durante o percurso até á Alemeda, vi a classe trabalhadora, homens e mulheres calejadas pelo esforço de uma vida, seres humanos que lutam por uma qualquer coisa, que não isto que temos. Vi nos rostos a raiva e a dor, as rugas, a amargura, os sacrificios e as conquistas. Como que entrando na cabeça dos milhares que desfilaram digo " Vôz que lá do vosso império, prometeis um mundo novo, calaivos que pode o povo, querer um mundo novo a sério".
E aqueles milhares... QUEREM.

Chora disse...

LINDO
BOA ESCOLHA.
TEMOS POETA
O MEU ORGULHO.

BJS.
CHORA

samuel disse...

Aproveitando o balanço da visita ao "Dos Prazeres à Graça", aterrei aqui também.
Fiz bem. Gosto do blog, os habitantes têm bom "ar"...
Ah, e gostei dos versos da Paula.

Irei voltando

Abreijos

Conceicao disse...

Gostei.

Bjs.
São