quinta-feira, janeiro 25, 2007

PELO SIM







Para não me alargar muito, e porque dizem que escrevo testamentos, venho só lembrar que no proximo dia 11 de Fevereiro vai haver o referendo sobre IVG. Como é um assunto muito importante, achei que o nosso Blog deveria ter algo escrito sobre o assunto. Conhecendo a opinião de todos que fazem parte dos Sempre em Festa e sabendo que a esmagadora maioria irá votar pelo SIM à IVG ( me desculpem aqueles que possam ter uma opinião contraria à da maioria) queria referir algumas das razões que a mim e penso que aos outros nos levam a optar por esta escolha:


ACABAR COM O ABORTO CLANDESTINO
O aborto clandestino existe e é o último recurso para milheres de mulheres em cada ano. O aborto clandestino e inseguro põe em causa a saúde e a vida das mulheres. Ao contrário da IVG segura, no aborto clandestino está ausente o acompanhamento e aconselhamento sobre a vida sexual e reprodutiva das mulheres, por exemplo sobre métodos contraceptivos e planeamento familiar.
ACABAR COM A CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES
O Código Penal considera o aborto como um crime, punido com pena de prisão até 3 anos. A criminalização das mulheres é injusta e desadequada. As mulheres são sujeitas a perícias médicas, a investigações sobre a sua vida, a dos seus familiares e à exposição pública da sua intimidade. Sucedem-se os julgamentos e as condenações. Porquê manter uma lei que ninguém quer que se seja aplicada? É preciso mudar a Lei. A actual lei não prevê as principais razões que levam as mulheres a interromper uma gravidez não desejada - falha de contraceptivos, razões sócio-económicas, entre outras. É uma lei vergonhosa, desadequada e injusta que criminaliza as mulheres e Portugal é um dos poucos países europeu a mantê-la. A criminalização nunca dissuadiu as mulheres da prática do aborto, sempre que o consideram absolutamente necessário, pelo contrário, empurra-as para a clandestinidade, insegurança e perigo para a sua saúde. Nenhuma mulher usa o aborto como métedo contraceptivo, as mulheres usam-no como ultimo recurso. Manter a actual lei é alimentar o negócio do aborto clandestino.
A saúde e vida das mulheres não tem preço
O aborto em condições precárias põe em perigo a vida de um grande número de mulheres, principalmente as mais jovens e mais pobres, e representa um problema de saúde pública. As mulheres põem em perigo a sua saúde e podem morrer em resultado de um aborto clandestino e inseguro. A infertilidade é um risco real. Os custos de internamento para tratar as complicações do aborto clandestino e inseguro são muito superiores aos de uma interrupção da gravidez num estabelecimento de saúde legalmente autorizado. As IVG são intervenções planeadas e não interfirão com o acesso às urgências hospitalares.
Estas são algumas das razões que nos fazem optar pelo Sim. Acabemos com a Hipocrisia. Desse o direito a optar. Não se esqueçam dia 11 vamos todos votar pelo SIM, mobilizem e informem, será sem duvida também uma tarefa de todos nós.
P.S.: Mais uma vez um testamento, e me perdoem se feri alguém com este meio discurso, é só uma opinião, sabem que não consigo estar calado.
Orlando Gonçalves



1 comentário:

Paula Chorão disse...

Mais um testamento do nosso amigo e como não poderia deixar de ser, eu quero desde já dar o meu apoio a todas as mulheres que sofrem pelo facto de terem de recorrer a este "último recurso", que é o aborto.
Concordo plenamente com tudo que o meu "amigo" disse e quero desde já acrescentar que acho abominável que a Igreja venha a público "vomitar" coisas horrendas e fazer chantagem emocional e de pressão de voto, com os seus paroquianos, ou seja, todos os votos pelo sim, serão excomungados, nem direito a um funeral católico terão direito, imaginem só...uma afirmação desta é no mínimo, vergonhosa para a nossa Igreja, mas onde estamos nós...no século XII? ..A Igreja existe para consciencializar, orientar...não "PUNIR", nem "OBRIGAR A"...
SEM COMENTÁRIOS...

Somos livres de pensar e agir como queremos, o tempo da Inquisição já lá vai, toda a mulher é dona do seu corpo e é com toda a certeza a vítima.
Não quero crer que alguma mulher faça um aborto de ânimo leve, e colocar este acto, ao nível de actos horrendos, praticados e puníveis por lei, é grotesco e subhumano.

Desculpem se me alonguei...

Paula